Brasil debate segurança cibernética em audiência pública
- Redação Falando de Política I Brasil
- 12 de jul. de 2024
- 2 min de leitura
Patricia Soller, do Colaborativo Conjunto de CiberDefesa dos Estados Unidos, compartilhou a experiência americana na proteção de infraestrutura crítica e destacou a colaboração com parceiros internacionais, incluindo o Brasil.

Imagem: reprodução da internet
Senado, 12 de Julho de 2024 - Em uma audiência pública promovida pela Subcomissão Permanente de Defesa Cibernética na terça-feira (9), foram apresentados dados alarmantes sobre os riscos globais de segurança digital. De acordo com o Fórum Econômico Mundial (WEF), a segurança cibernética é um dos 10 principais riscos globais tanto para o setor público quanto para o privado. Desde a pandemia, os ataques cibernéticos dobraram globalmente e estão se tornando cada vez mais sofisticados. Em 2020, o custo médio de uma violação de dados para uma instituição governamental foi de US$ 4,441 milhões (aproximadamente R$ 24 milhões).
O Brasil, apesar de seu alto nível de digitalização, ainda precisa avançar em segurança cibernética. A subcomissão, criada por iniciativa do senador Esperidião Amin (PP-SC), tem o objetivo de acompanhar a política pública relacionada à defesa cibernética e sugerir propostas. Amin destacou a necessidade de ações executivas para prevenir e combater riscos que podem afetar bancos, o sistema financeiro, e infraestruturas críticas como logística, hidrelétricas e energia.
Santiago Paz, especialista em segurança cibernética, enfatizou a importância da governança nacional e a contribuição de entidades como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e agências de diversos países. Paz mencionou o papel do IFX, um provedor de serviços de nuvem na América Latina, e a normativa europeia de cibersegurança NIS2, que deve ser adotada em todos os países da Europa neste ano. Jorge Blanco, diretor de Segurança da Informação do Google, alertou sobre a crescente atenção de ciberespiões ao Brasil, devido à sua importância econômica e geopolítica. Blanco ressaltou a necessidade de uma postura proativa em segurança digital e lembrou o ataque cibernético ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 2022.
Rafael Gonçalves, da empresa de segurança cibernética Trellix, destacou o déficit de profissionais qualificados em tecnologia, com um estudo da PUC Campinas mostrando a falta de 500 mil pessoas capacitadas, das quais 140 mil em cibersegurança. Ele defendeu a criação de uma agência para coordenar e padronizar a segurança cibernética. Senadores como Sérgio Moro (União-PR) e Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) apoiaram a criação de uma agência nacional de cibersegurança. Já Jorge Seif (PL-SC) sugeriu a terceirização da segurança digital para empresas especializadas.
Patricia Soller, do Colaborativo Conjunto de CiberDefesa dos Estados Unidos, compartilhou a experiência americana na proteção de infraestrutura crítica e destacou a colaboração com parceiros internacionais, incluindo o Brasil. Paulo Manzato, da Cloudfare, reforçou a importância da colaboração entre setor público e privado para antecipar e neutralizar ataques cibernéticos. A audiência reforçou a urgência de políticas públicas robustas e colaboração internacional para fortalecer a segurança cibernética no Brasil.
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