Presidente do STF discute IA e seus desafios em evento no Reino Unido

O presidente do STF também abordou a complexidade da regulação da IA, destacando que a rápida evolução da tecnologia é um desafio. Ele afirmou que a regulação deve se concentrar em três áreas principais no Brasil.

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Imagem: reprodução da internet Brasília, 24 de Junho de 2024 - Neste domingo, 23 de junho de 2024, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Roberto Barroso, abordou as "grandes potencialidades" da inteligência artificial (IA) durante o Brazil Forum UK 2024, realizado na Universidade de Oxford, no Reino Unido. Embora otimista quanto aos benefícios da tecnologia, Barroso alertou para os riscos significativos, defendendo a criação de regulamentações específicas e a necessidade de supervisão humana. O evento, que durou dois dias, discutiu os riscos e benefícios da IA no contexto brasileiro. Durante sua participação, Barroso destacou os aspectos positivos e negativos da IA:

Benefícios:

- A capacidade de tomar decisões mais eficazes, processando grandes quantidades de informação rapidamente.

- Automação de tarefas repetitivas e cansativas, atualmente realizadas por humanos.

- Produção de conteúdos diversos, como textos, imagens e sons.

- Aplicações na medicina diagnóstica e na interpretação de exames médicos.

- Uso em setores como educação e cultura.

Riscos:

- Impacto no mercado de trabalho devido à automação de empregos existentes.

- Possível uso militar da tecnologia.

- Disseminação massiva de desinformação.

- Violação da privacidade.

- Risco de discriminação algorítmica.

- Problemas relacionados aos direitos autorais.

Barroso expressou uma preocupação especial com a propagação da desinformação, alertando que isso pode ameaçar a democracia. Ele enfatizou o perigo das fake news e deepfakes, afirmando que a dificuldade em distinguir entre o real e o fictício pode prejudicar a liberdade de expressão. "É preocupante imaginar alguém me colocando aqui dizendo coisas que eu nunca disse, sem que seja possível distinguir entre o real e o fictício. Todos fomos ensinados a acreditar no que vemos e ouvimos. No dia em que não pudermos confiar no que vemos e ouvimos, a liberdade de expressão perderá seu significado. Portanto, essa é uma preocupação importante para quem se importa com a democracia", afirmou Barroso.

O presidente do STF também abordou a complexidade da regulação da IA, destacando que a rápida evolução da tecnologia é um desafio. Ele afirmou que a regulação deve se concentrar em três áreas principais no Brasil:

1. Direitos fundamentais : Proteger a privacidade das pessoas.

2. Proteção da democracia : Combater a disseminação de desinformação e discursos de ódio.

3. Governança : Garantir clareza, transparência e supervisão humana.

Outros pontos destacados por Barroso no “Brazil Forum UK 2024” incluem:

- IA no Judiciário: O STF já utiliza IA para selecionar processos e está em negociações com empresas para expandir seu uso, incluindo a elaboração de resumos de processos e a identificação de jurisprudências.

- IA no clima : A IA pode desempenhar um papel crucial na gestão ambiental, ajudando a identificar fenômenos climáticos e otimizar o uso da terra.

- Visão de futuro com IA : No campo do direito, Barroso espera que a IA possa proporcionar decisões justas e imparciais em conflitos complexos.

- Temor sobre IA : Barroso teme a "singularidade", onde computadores com IA desenvolvem consciência própria, potencialmente dominando o mundo devido à sua capacidade superior de processar informações.

Barroso concluiu que é essencial abordar os benefícios e riscos da IA com cuidado, visando maximizar as vantagens enquanto se mitigam os potenciais prejuízos.